quinta-feira, 1 de abril de 2010

Logistica Verde & Logistica Inversa


Logística verde e logística inversa, ao contrário do que se possa pensar, são conceitos distintos mas que por força da conjectura ambiental que actualmente se vive estão destinados a caminhar lado a lado para um objectivo comum, a preservação do planeta.

Logística inversa cinge-se essencialmente ao fluxo de produtos desde o ponto de consumo até ao local de origem, fluxo inverso portanto, como por exemplo quando um produto é rejeitado pelo cliente e necessita de retornar ao ponto de venda ou mesmo ao produtor. No entanto não é este aspecto da logística inversa que este post pretende dar especial enfoque, mas antes sim ao retorno e reutilização das mais diversas embalagens e equipamentos de unitização (paletes e contentores por exemplo).

Um dos grandes problemas da logística actual passa pela movimentação dos vazios, ou seja, como fazer regressar á origem as diversas embalagens, paletes e contentores de uma forma que mesmo sem agregar valor á cadeia, pelo menos não gere perdas. Este é actualmente um dos maiores desafios para gestores da cadeia de abastecimento dos tempos modernos, pelo que pode uma estratégia bem implementada pode resultar num processo gerador de valor ou até mesmo numa oportunidade de negócio. A pergunta lógica a fazer agora seria, mas onde é que a logística verde entra no meio disto tudo?

A resposta é contudo muito simples, pois ao fazer retornar á origem as embalagens em vazio de forma eficiente, está-se directamente a reduzir altas cargas poluentes provenientes dos meios de transporte necessários para as movimentar. Por outro lado ao oferecer reutilização a embalagens que antes eram destruídas diminuí-se por si só grandes quantidades de resíduos. Por exemplo, e falando á escala da Macro logística, existe um grande desequilíbrio no tráfego de contentores entre a Ásia e os Estados Unidos, pois muitos dos fornecedores da industria automóvel norte americana são asiáticos e o transporte é quase na integra realizado por via marítima. Como tal existe um grande fluxo de contentores no sentido Ásia, Estados Unidos no entanto ainda não foi encontrada uma forma eficiente de fazer retornar á Ásia a totalidade dos contentores. Muitas vezes a única forma passa por carregar cargueiros inteiros com contentores vazios. Para além do desperdício económico desta operação, o desgaste ecológico é também gritante uma vez que navios do género dos que circulam no pacífico chegam a consumar mais de três mil litros de combustível por hora!!

No que respeita a embalagens existe ainda muito trabalho a fazer ao nível da consciencialização não só das organizações, mas também das pessoas enquanto indivíduo. O sector da distribuição por exemplo poderia sem grande esforço deixar de lado embalagens de cartão que são muito usuais para acondicionar frutas e outros produtos frescos e inovar passando a utilizar embalagens de plástico. Como vantagens é fácil de vislumbrar que as embalagens de plástico não se deterioram tão facilmente possibilitando a sua reutilização por variadíssimas vezes, e uma vez obsoleto este equipamento pode igualmente, tal como o cartão, ser reciclado. A principal dificuldade passaria por fazer retornar á origem os equipamentos para que estes possam ser reutilizados.

É em casos como este que a logística inversa e a logística verde têm obrigatoriamente de se complementar de forma a se encontrar soluções satisfatórias não só a nível económico como também a nível ambiental.

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