segunda-feira, 26 de abril de 2010

JIT...Um pouco de História!!


O conceito operacional Just In Time (JIT) define-se como um processo de fluxos em que os componentes, para produzir um determinado produto, alcançam a linha de produção no exacto momento em que são necessárias e unicamente nas quantidades imprescindíveis. Para que estes requisitos sejam alcançados, em toda a sua plenitude, é necessário um trabalho de bastidores árduo e meticuloso, onde o principal objectivo é o de eliminação de desperdício em toda a cadeia de transformação.

Um pouco de história…

Sabe-se que o sistema JIT nasceu no Japão pouco depois da II Guerra Mundial pelas mãos do então engenheiro chefe da Toyota Taiichi Ohno. Esta é a parte da história que toda a gente sabe! Vamos agora recuar mais um pouco no tempo até ás verdadeiras origens da sistema Just In Time. Tudo começa no Japão em uma pequena comunidade agrícola perto de Nagoya, onde Sackichi Toyoda cresceu no final do sec. XIX. A indústria predominante em todo o Japão nesta altura era a tecelagem, pelo que ainda em pequeno Toyoda aprendeu com o pai a desenvolver máquinas giratórias de madeira. Pouco depois em 1884 Toyoda inicia a construção do seu primeiro tear manual, equipamento este que em comparação com os existentes até á altura apresentava-se bastante evoluído.
Toyoda investiu muito do seu tempo a ver a mãe trabalhar com o tear e concluiu que havia muito desperdício nas operações repetitivas da mãe, pelo que em 1890 desenvolveu um tear que melhorava a eficiência em cerca de 50%.
Passados 6 anos em 1886 Toyoda tinha já criado o seu primeiro tear automatizado e pouco a pouco foi-lhe adicionando melhorias pelo que em 1924 nasce o primeiro tear auto-activado de alta velocidade. Este tear tinha várias particularidades, por exemplo não precisava de parar para ser alimentado e tinha mecanismos que faziam com que a produção para-se em caso de peça não conforme. Esta tecnologia denomina-se por Jidoka e é a par do JIT um dos pilares do sistema de produção Toyota. Este tear tornou-se muito popular no Japão pelo que em 1929 Toyoda manda o seu filho Kiichiro a Londres para negociar os direitos da Patente do tear então desenvolvido.

Kiichiro negoceia a patente ao preço de 100 000 libras inglesas e em 1930 usando esse dinheiro ele inicia a construção da Toyota Motor Corporation, isto porque depois de sair de Londres Kiichiro visitou os Estados Unidos e ficou surpreendido com a quantidade de automóveis que circulavam nas ruas.
Tudo começou então com uma oficina para o desenvolvimento de motores e em 1935 é apresentado o primeiro protótipo de um carro de passageiros. E

m 1937 nasce a primeira fabrica de automóveis. Com o fim da segunda guerra mundial o Japão era um país devastado por duas bombas atómicas e só um milagre poderia fazer renascer a economia nipónica. Nesta altura Kiichiro lançou seguinte desafio “ Alcançar a América em três anos”. De outra maneira, a industria automobilística Japonesa não sobreviveria. Em 1937 verificava-se que um trabalhador Japonês produzia três vezes menos que um alemão, e a razão entre americanos e alemães era a mesma pelo que a produtividade de um trabalhador japonês era 9 vezes menor do que a de um americano. No entanto a meta não foi atingida em três anos. Eiji Toyoda primo de Kiichiro, e Taiichi Ohno engenheiro chefe levaram mais de 20 anos para implementar completamente o modelo JIT. No entanto o impacto foi gigantesco com consequências muito positivos para a produtividade, qualidade e velocidade de resposta ás necessidades de mercado.

Para colocar o sistema em funcionamento, era necessário trabalhar em conjunto com os operadores pelo que alterar a mentalidade dos meios humanos foi a tarefa mais difícil deste longo processo. Com a crise do petróleo de 1973 a industria automóvel entrou em um período de forte recessão com a redução considerável do volume de encomendas. Os modelos de produção em massa revelaram-se então ineficientes face a um cenário de procura reduzida. A Toyota figurou neste período como a organização mais capaz de atravessar a crise sem sofrer grandes perdas muito graças ao seu sistema de produção.


Ainda hoje empresas multinacionais procuram se forma sistemática implementar e configurar as suas operações seguindo um modelo JIT, pelo que o sistema de produção Toyota é hoje admirado e "copiado" vezes sem conta.

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